sábado, 5 de março de 2011

CARNAVAL CARIOCA – CHUVA NÃO DESAMINA BOLA PRETA DO RIO



O Cordão da Bola Preta levou milhares de pessoas para o mais tradicional desfile de bloco do Rio, na manhã deste sábado (5), no Centro do Rio. A organização do desfile estima que pelo menos 1 milhão de foliões tenham participado do desfile. Já a Polícia Militar acredita que 2 milhões tenham passado pela Avenida Rio Branco. O balanço oficial, no entanto, ainda não foi divulgado.

Mesmo debaixo de uma chuva fraca, mas que teimava em cair, a multidão esbanjou alegria e energia para cantar sem parar, e resistir ao inevitável aperto e empurra-empurra.

Logo cedo era grande a movimentação de pessoas chegando à Cinelândia, de onde o bloco partiu pela Avenida Rio Branco em direção à Igreja da Candelária. Cercado pelas musas e porta-estandarte do Bola Preta, o presidente do bloco, Pedro Ernesto Marinho, discursou no início do desfile: "São vocês que fazem do Bola Preta o maior bloco do mundo!", gritou para os foliões.

A madrinha do Bola Preta, a cantora Maria Rita, chegou atrasada ao desfile, por volta do meio-dia, mais de duas horas depois do início do bloco. De acordo com a assessoria de imprensa do Bola Preta, o mau tempo em São Paulo atrasou o voo dela. Mas a porta-estandarte, a atriz Leandra Leal, e a musas do bloco, Quitéria Chagas e a tenente da Polícia Militar, Júlia Liers, juntamente com a rainha, Laura Sabino, e a princesa, Patrícia Pontes, deram conta do recado, de sobra. “Eu não sou feita de açúcar. Carnaval são os dias em que você pode pegar chuva, porque aumenta a alegria”, disse, muito bem-humorada, Leandra Leal.

Pela primeira vez como musa do Bola Preta, a tenente da Polícia Militar do Rio, Júlia Liers, disse que estava emocionada. “Não tem como escapar de falar isso, mas é uma emoção muito grande estar aqui representando o Bola Preta. É o patrimônio cultural da cidade. Participar disso é ter muita história para contar para os meus netinhos”.

Com mais experiência, a musa Quitéria Chagas definiu o sentimento pelo bloco: “O carnaval sem o Bola Preta não existe”, conta ela que desfila desde criança. Aos 30 anos, ela recorda que a mãe adorava vesti-la com fantasias de bichos. “Eu já saí de onça, entre várias outras fantasias de bichinhos que minha mãe adorava. Ela também já me fantasiou de índia e de Pedrita.

Duas confusões fizeram os vocalistas do bloco pararem o desfile por três vezes. No primeiro, um grupo fantasiado de “homens-aranha” subiram no baú de um caminhão para dançar. “Desçam daí, senão o bloco não vai tocar”, ordenou um dos vocalistas, prontamente atendido.

O episódio mais grave foi quando um grupo agrediu e roubou o cordão de ouro do representante comercial Luiz Carlos Gomes, de 45 anos. “Eu consegui segurar a bolsa da minha esposa, mas caí no chão. Então, começaram a me chutar”, contou ele, com um corte na testa. O bloco encerou o desfile às 13h35.